14 abril 2016

Em Liverpool x Borussia, o criador venceu a criatura

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Foto: Sporting Life

Todos os amantes do futebol, sem exceções, aguardavam pelo reencontro entre Jürgen Klopp e Borussia Dortmund. Ele aconteceu nas quartas de final da UEFA Europa League e não poderia ser de maneira mais eletrizante e épica, um verdadeiro confronto entre criador e criatura, no qual o criador saiu vitorioso. No placar agregado, o Liverpool triunfou por 5x4, tendo conseguido uma virada incrível na segunda partida.

Foram dois duelos de altos e baixos para Jürgen Klopp. No primeiro jogo, em Dortmund, o placar do estádio Signal Iduna Park apontou 1x1, ótimo resultado para os ingleses, que tinha conseguido balançar as redes na casa do adversário, frente à temida Muralha Amarela, nome dado à torcida organizada do Borussia, que sempre venerou o treinador por meio de cantos e mosaicos. 

No entanto, logo que o duelo de volta em Anfield Road começou, as coisas pareciam se desenrolar para uma fácil vitória do Borussia Dortmund, o qual com 10 minutos, já triunfava pelo placar de 2x0. Primeiro, o japonês cria de Klopp, Kagawa, iniciou a jogada, que passou pelos pés de Castro, antes da finalização de Aubameyang, a qual Mignolet defendeu, mas não conseguiu evitar o tento de Mkhitaryan no rebote.

Depois, o segundo foi um golpe ainda mais doloroso, um certeiro de direita que atingiu em Klopp. Isso porque, Marco Reus, principal estrela aurinegra na era do treinador, fez jogada individual e deu assistência sensacional para Aubameyang chutar bonito, ampliando a vantagem, a dupla "Aubatman e Reusben" atacava novamente. 

Thomas Tuchel, herdeiro de Jürgen Klopp no Borussia, comemorava de maneira bastante efusiva. O jogo estava fácil demais para os alemães. O treinador dos Reds tentava animar seus jogadores por meio de gestos e gritos de incentivo, mas eles pareciam desolados demais.

Quando estava no comando do Borussia, Klopp, na maioria das vezes, conseguiu motivar seus jogadores no intervalo. De alguma forma, ele sabia exatamente o que dizer nos 15 minutos de intervalo para que sua equipe voltasse com outra postura. E desta vez, não foi diferente.

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Foto: Sporting Life
O Liverpool voltou totalmente mudado, com outra postura, uma postura mais vibrante, bem ao estilo de Klopp. Com 3 minutos, Origi descontou e recolocou os ingleses na partida. O problema foi que Reus deu um novo golpe no coração do treinador dos Reds, ao receber o passe e bater colocado, na saída de Mignolet, 3x1 e parecia que tudo estava resolvido.

Àquela altura do campeonato, o Liverpool precisava de um milagre, assim como aconteceu na temporada 2004/2005 na UEFA Champions League, no famoso jogo diante do Milan. E para milagres se realizarem é preciso de um santo ou de um milagreiro. Klopp está longe de ser um deles, porém sua energia contagiante pareceu impulsionar todo o time dos Reds e também seus torcedores.

Phillippe Coutinho tabelou com Milner e bateu colocado, rasteiro, sem chances para o alto goleiro Weidenfeller, anotando o segundo. Ainda faltavam dois tentos para que os ingleses conseguissem a classificação às semifinais. 

Percebe-se que a magia está ao lado de Jürgen Klopp, o criador, quando sua criatura, o Borussia Dortmund, tão envolvente na parte ofensiva e nos contra-ataques, não consegue executar sua principal arma, estando totalmente encurralada.

O empate veio com o contestado zagueiro francês Sakho, fazendo a partida ferver e o Anfield explodir em festa. Apreensiva, a torcida alemã apenas observava e roía suas unhas, somente aguardando pelo tão sonhado apito final. No entanto, antes dele, veio outro gol, para Klopp ficar totalmente maluco e os fãs do Borussia totalmente desolados, Lovren, outro defensor muito criticado, também de cabeça, garantiu a classificação do Liverpool para as semifinais da UEFA Europa League, 4x3 em Anfield, 5x4 no agregado. 

Ao final, em um gesto claro de quem é admirado pelas torcidas do Liverpool e Borussia Dortmund, Jürgen Klopp foi até o setor onde estava os torcedores alemães, e visivelmente emocionado, aplaudiu-os, parabenizando-os pela atuação da equipe deles, pelo amor incondicional mostrando ao técnico e por terem feito parte desta noite histórica na Inglaterra.