O futebol mundial está passando por um momento bastante obscuro quando o assunto são os dirigentes, federações e principalmente a entidade máxima, a Fifa. O esporte mais amado no planeta tem sido manchete nas páginas policiais dos jornais ao redor do globo por conta de inúmeros escândalos de corrupção envolvendo nomes de cartolas ligados a importantes delegações, como foram os casos de Joseph Blatter e Michel Platini.
Na tarde desta sexta-feira, o futebol pareceu respirar um pouco e pode estar dando um enorme passo para recuperar sua credibilidade, principalmente a Fifa, pois em eleição para presidente da entidade, venceu o suíço Gianni Infantino, secretário geral da UEFA desde 2009, mas que não tem seu nome ligado a qualquer escândalo.
A escola de Infantino pode ser um divisor de águas no futebol mundial, principalmente por conta das propostas apresentadas por ele, que se realmente cumpridas, poderão mudar os rumos políticos e esportivos. Dentre elas, estão o aumento para 40 seleções na Copa do Mundo, o máximo de três mandatos para a presidência, a divulgação dos salários de dirigentes, a distribuição de 50% das cotas da Fifa para as federações afiliadas, promoção do futebol feminino, sistema de transferências mais transparente, entre outras.
Foto: Posta México |
Como se pode notar, as mudanças propostas por Infantino no início de sua "corrida eleitoral", reiteram seu discurso de "retorno da credibilidade da Fifa", pois prometem desenvolver ainda mais o futebol pelo mundo, mas também dar maior transparência à política no esporte.
Para se confirmar que Infantino pretende o retorno da credibilidade na entidade máxima do futebol, ele precisará abrir a caixa-preta da eleição para as escolhas de Rússia e Catar como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, respectivamente, as quais ainda estão cercadas de muita obscuridade e polêmica, principalmente por acusações de corrupção e compra de votos.
Algo a se comemorar na eleição de Infantino, mesmo ele sendo braço direito de Michel Platini, ex-presidente da UEFA, que teve seu nome envolvido em inúmeros escândalos, foi o fato de o suíço ter supera o xeique Salman Bin Ibrahim Al-Khalifa, o qual foi investigado pelos direitos humanos por organizar comitivas afim de encontrar jogadores no Barein que tivessem participado da Primavera Árabe em 2011. Atletas cujo seu envolvimento nos protestos fossem confirmados, eram punidos com prisão.
É dar tempo para que Gianni Infantino assuma seu mandato e comece a colocar a "mão na massa", só assim poderemos ter dimensão se a escolha do ex-secretário geral da UEFA foi certa ou errada e quais serão seus reais efeitos na parte esportiva e também política no futebol mundial. Por enquanto, são apenas previsões.