Após escrever a reportagem sobre o jogo desta quarta quando o Nacional derrotou o Palmeiras por 2x1, fui dormir. Ao acordar, uma mensagem em meu celular chamou bastante atenção. Nela estava escrito "Marcelo Oliveira foi demitido". Sim, o treinador palmeirense fora destituído do cargo, mesmo não tendo sequer comandado o time à beira do gramado contra os uruguaios. Posso afirmar que isso demorou a acontecer, pois claramente o treinador não era unanimidade no alviverde. Mas, por que isso aconteceu justamente com o treinador bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro?
Marcelo Oliveira chegou ao Palmeiras em junho do ano passado, após a demissão de Oswaldo de Oliveira, falando em conquistar o tricampeonato brasileiro. No entanto, o treinador nunca conseguiu que seu time tivesse um padrão de jogo. As jogadas palmeirenses baseavam-se muito em ligações diretas feitas pelos zagueiros em direção ao ataque, sem a redonda ser trabalhada no meio de campo onde Robinho seria o responsável por coordenar as jogadas, pois não havia no elenco um jogador capaz de realizar a função de "camisa 10", já que Cleiton Xavier nunca rendeu o esperado desde sua volta.
Aliado a falta de padrão estavam problemas relacionados diretamente ao elenco. Primeiro, Marcelo Oliveira foi "juvenil", se assim podemos dizer, ao criticar publicamente, durante entrevista coletiva, o zagueiro Leandro Almeida, o qual havia sido uma indicação sua, após a falha do mesmo na partida diante do São Bento pelo Campeonato Paulista. Além disso, o treinador simplesmente esqueceu de Matheus Salles, volante destaque na final da Copa do Brasil ao anular Lucas Lima, que recebeu pouquíssimas outras chances nos onze iniciais.
Por último, assim como é de praxe no futebol brasileiro, os maus resultados foram essenciais para a queda de Marcelo Oliveira. Ao longo de sua passagem pelo Palmeiras, o treinador esteve em 53 jogos, com 24 vitórias, 11 empates e 18 derrotas, um número bastante elevado de resultados negativos se levarmos em conta os investimentos realizados pelo alviverde no início de 2015 e também de 2016. Fora que, mesmo em pleno Allianz Parque, o futebol demonstrado pela agremiação do Palestra nunca foi convincente, principalmente no início deste ano, quando desperdiçou pontos preciosos no Paulistão diante de Linense e Ferroviária, além da Libertadores diante do Nacional.
Obviamente, Marcelo Oliveira não é o único culpado por esse conturbado momento que vive o Palmeiras. No entanto, a troca de treinadores era fundamental para dar novos ares ao elenco, que poderá ver Cuca no comando ou até mesmo o auxiliar Alberto Valentim. Os próprios jogadores e a diretoria também possuem sua parcela de culpa, principalmente pelo planejamento feito no início da temporada.