30 maio 2016

OPINIÃO: A seleção que não empolga



Domingo à noite, 22h30, o que você estava fazendo? Pois saiba que teve jogo da Seleção Brasileira. Amistoso preparatório para a Copa América Centenário, torneio em comemoração aos 100 anos da Conmebol. O adversário? Panamá, 52º lugar no Ranking da FIFA. O Brasil goleou, certo? Errado! Mais uma vez os comandados de Dunga demonstraram futebol decepcionante, venceram por 2x0 e, em determinado momento, os panamenhos chegaram a equilibrar a partida., algo impensável até tempos atrás. A seleção simplesmente não empolga aos torcedores, muito menos dentro das quatro linhas, e nos parágrafos abaixo tento explicar, na minha visão, os fatores para isso.

Para isso, retornemos a 8 de julho de 2014, terça-feira, estádio do Mineirão, Copa do Mundo. O Brasil, sem sua principal estrela, Neymar, era humilhado pelo placar de 7x1 pela Alemanha, em jogo totalmente apático, sem reação, no qual o técnico Luiz Felipe Scolari não demonstrou qualquer conhecimento tático. Conhecimento tático que o ajudou a faturar o pentacampeonato em 2002. Começava aí a derrocada da seleção. Desacreditada, passou a não ser temida por nenhum adversário, com isso, até mesmo o Panamá entra sem medo de enfrentar o Brasil. O torcedor, simplesmente, não confia mais no seu time nacional, que está longe daqueles esquadrões vitoriosos que mal acostumaram os fãs. 

Na fatídica derrota para os alemães, Neymar estava lesionado e desfalcou a equipe. Esse é outro sério problema. Luiz Felipe Scolari, naquela ocasião, e Dunga, agora, não conseguiram montar a escalação de maneira menos dependente do camisa 10. Se o atacante do Barcelona está em dia ruim, parece que todo os outros dez jogadores sofrem com isso e ficam reféns dos lampejos do craque. Uma seleção não pode ficar dependente de único atleta.

Além disso, na lista de convocados para a Copa América Centenário, contando os cortes de Ricardo Oliveira e Douglas Costa, há apenas cinco atletas que atuam em equipes brasileiras (Rodrigo Caio, Douglas Santos, Elias, Lucas Lima e Gabriel). Dunga chama até mesmo aqueles que estão atuando em ligas alternativas, como são os casos de Kaká, Renato Augusto e Gil. O torcedor prefere assistir a jogos de seu time do que da seleção, pois falta essa identificação existente com os jogadores do clube, não tendo mais essa identificação.

Portanto, é evidente que a Seleção Brasileira não tem empolgado há tempos, mais precisamente desde a Copa do Mundo, pois foi ganhando os jogos aos trancos e barrancos, mas depois acabou humilhada pela Alemanha nas semifinais. Ali, perdeu-se o respeito, há dependência em um único jogador, no caso Neymar, além de não existir mais a identificação entre os torcedores com os jogadores os quais são convocados.